Um pouco de
descontração
Causo de mineirim
Sapassado, era sessetembro, taveu na
cuzinha tomano uma pincumel e cuzinhano um kidicarne cumastumate pra fazer uma
macarronada cum galinhassada. Quascaí dessusto quanduvi um barui vindededuforno,
parecenum tidiguerra. A receita mandopô midipipoca denda galinha prassá. O
forno isquentô, o mistorô e o fiofó da galinhispludiu! Nossinhora! Fiquei
branco quinein um lidileite. Foi um trem doidimais! Quascai dendapia! Fiquei
sem sabe doncovim, proncovõ, oncotô. Oiprocevê quelocura! Grazadeus ninguém
semaxucô!
Esse texto, uma bem-humorada travessura linguística, ao imitar supostamente o jeito de falar em algumas regiões mineiras, mostra as
possibilidades que o idioma apresenta através das variedades linguísticas
(padrão e não padrão).
Leitura e escrita: tarefa de todas as disciplinas
A questão da
leitura e da escrita deve ser contemplada em todas as disciplinas na escola,
uma vez que a realização de diferentes atividades em cada uma delas mobiliza
habilidades específicas de cada saber científico, o que contribui para a
formação plena do leitor competente de mundo.
A leitura de
tabelas, gráficos e legendas, por exemplo, atende a propósitos diversos,
dependendo do contexto em que aparecem inseridos. A interpretação de uma tabela
de informação nutricional, em ciências, pode ter como foco a compreensão dos
elementos presentes em determinada dieta (carboidratos, gorduras etc.). A análise
da referida tabela, em matemática, pode ser usada para calcular quantidades e
grandezas numéricas (Kcal, grama). Sendo , ao final, o ponto de convergência
dessas leituras o equilíbrio da saúde do
indivíduo que usará todos os seus conhecimentos.
A contribuição
das disciplinas, com suas especificidades, desenvolverá no leitor/escritor uma
visão globalizante, que superpõe competências
e torna o todo mais do que a soma das partes.
Quanto mais
expostos a gêneros textuais, nos diferentes momentos da escola (nas várias
áreas), mais nos aproximaremos das situações do cotidiano - um contrato, um
cheque, um convite, uma carta de leitor, um editorial etc. – e mais domínio poderemos exercer na hora que nos
deparamos com a necessidade de utilizá-los.
Recentemente,
fui envolvida em uma situação junto a um Banco que gerou a abertura de uma
conta corrente vinculada, quando eu só desejava uma conta poupança. Recebi uma
carta que referia o envio do meu nome para órgãos de proteção ao crédito.,
porque a conta, inativa, havia gerado taxas durante seis meses, à revelia.
Diante disso, o funcionário que procurei, na agência, me pediu um documento de
próprio punho para gerar providências. Formulei-o, no ato e, em quinze dias,
tive minha solicitação atendida.
E se não fosse a possibilidade de reivindicar,
por escrito, a partir de um
domínio/conhecimento que eu detinha?
Podemos
promover esse acesso a nossos alunos a partir do convívio com situações
próximas do dia a dia. Essa é a verdadeira proficiência escritora, a que
habilita o indivíduo a intervir na realidade.
A produção textual,
em cada disciplina, através de parágrafos curtos que sejam, para sistematizar
um conteúdo de aula, por exemplo, desenvolve a competência escritora. Se
imaginarmos que um aluno escreva no mínimo cinco linhas em cem aulas, ao final
destas, terá produzido quinhentas linhas. É um ótimo exercício de autoria.